Transition Towns leva educação ambiental a comunidades do Brasil
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Transition Towns leva educação ambiental a comunidades do Brasil
Danilo Mekari – 05/06/14
Já não é novidade para ninguém que o mundo em que vivemos atravessa uma grave crise ambiental. Dentre algumas consequências dessa situação estão o aquecimento global, que desregula as condições climáticas do planeta, e a escassez de elementos básicos de sobrevivência – como a falta de água que atinge o sistema de abastecimento da Grande São Paulo.
Na contramão de governos que batem cabeça na tentativa de encontrar uma fórmula de desenvolvimento sustentável e de grandes empresas que adotam discursos de adequação ambiental e preocupação com o futuro da Terra, existem iniciativas comunitárias que prezam por mudanças no modo como o ser humano construiu as cidades, baseado em uma lógica altamente desenvolvimentista e pouco preocupado com o equilíbrio do meio-ambiente.
É o caso do movimento Transition Towns (Cidades em Transição), cuja intenção é transformar as cidades em modelos sustentáveis de desenvolvimento, tornando-as menos depende do petróleo, mais integradas à natureza e ainda mais resistentes a crises externas, sejam ecológicas ou econômicas.
Crianças participam de atividade no Transition Brasilândia. | Crédito: Reprodução
Educação ambiental
Criado pelo ativista inglês Rob Hopkins em 2005, o Transition Towns chegou ao Brasil em 2009. Além de promover ações de educação ambiental e consumo consciente, o movimento estimula a solução criativa de adversidades locais em diversas comunidades onde está inserido, como a Brasilândia, bairro da zona norte de São Paulo.
“Trabalhamos com lideranças comunitárias e pessoas comuns em questões como a preservação das águas e a criação de parques. Queremos estabelecer um processo participativo, onde um ajude o outro dentro da comunidade”, explica Monica Picavêa, capacitadora do movimento e integrante do Transition Brasilândia.
Segundo Monica, as atividades do grupo, iniciadas em 2010, já alcançam 60 mil habitantes, ou 27% da população do bairro. Há aqueles que participam mais ativamente, em reuniões mensais, e se dividem em grupos de trabalho – de economia solidária, de água e preservação, entre outros. O movimento ensina tecnologias simples de baixo custo, como captação de água da chuva para reuso, construção de mini cisternas e hortas comunitárias. “É muito interessante perceber que as pessoas podem criar as suas próprias soluções”, afirma.
Recapacitação
De acordo com uma das articuladoras da rede nacional do movimento, Isabela de Menezes, ao todo 43 países recebem a iniciativa. No Brasil, aproximadamente 23 grupos levam o debate às suas comunidades.
Ela cita um dos elementos que mais aprecia no movimento: a recapacitação. “Resgatamos a sabedoria que ninguém mais ensina hoje em dia, como costurar, plantar espinafre, trabalhar com madeira e até mesmo fazer um bolo”, diz. “É a sabedoria dos anciãos, que viviam em um mundo com pouca energia e ainda menos tecnologia”, aponta Isabela, para quem esses conhecimentos deveriam ser incluídos no currículo escolar.
Resiliência
O Transition Granja Viana, do qual Isabela faz parte, criou eco feiras que ocorrem quinzenalmente no parque Tereza Maia, onde são vendidos produtos orgânicos locais. “Trouxe uma resiliência na questão alimentar”, afirma. “Hoje, se não tiver legume e verdura no mercado, já temos um esquema para suprir essa ausência.”
Entre outras atividades, o grupo discute a colaboração com o plano diretor local e criou o projeto Identidades, que espalha placas contando a história de lugares importantes e típicos da região. “Muitas pessoas mudam pra Granja Viana e não conhecem nada de lá. Desse jeito, que relação você cria com o lugar onde vive?”, questiona.
Placa do projeto Identidades, realizado na Granja Viana. | Créditos: Reprodução
Laços comunitários
Monica e Isabela concordam que um dos principais ganhos do movimento é o estreitamento dos laços comunitários. “No Brasil, muita gente tem resistência em atuar em conjunto. O Transition Towns resgata a atuação comunitária e dá conta de uma demanda mundial, que é levar uma vida mais simples, gastando menos energia não-renovável”, garante Isabela.
Para Monica, o movimento vai muito além de propor soluções para a crise ambiental. “Toda essa questão de resiliência de uma comunidade passa por uma necessidade de fazer junto, de conviver e decidir em conjunto.”
Metodologia aberta
Elas ainda ressaltam que a metodologia do Transition Towns é aberta para quem tiver interesse em reproduzi-la em sua comunidade. Acesse o Manual das Iniciativas de Transição para saber como.Original link: http://portal.aprendiz.uol.com.br/2014/06/05/transition-towns-leva-educacao-ambiental-a-comunidades-do-brasil/
Transition Towns brings environmental education to communities in Brazil
Danilo Mekari – 05/06/14
It is no news to anyone that the world we live in is experiencing a serious environmental crisis. Among some consequences of this situation are global warming, which deregulates the climatic conditions of the planet, and the scarcity of basic elements of survival – such as lack of water that reaches the water supply system of Greater São Paulo.
In the opposite direction of governments that are hitting theirs head in trying to find a formula for sustainable development and large companies adopting discourses of environmental adaptation and concern for the future of Earth, there are community initiatives that value the changes in the way humans built cities , that are now based on a highly developmental and little concerned with the balance of the environment logic.
This is the case of the Transition Towns movement (Transition Towns), whose intention is to make cities sustainable development models, making them less dependent on oil, more integrated with nature and even more resistant to external shocks, whether ecological or economic.
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Children participate in activities in Transition Brasilândia. | Credit: Reproduction
Environmental education
Created by British permculture teacher Rob Hopkins in 2005, the Transition Towns came to Brazil in 2009. Besides promoting environmental education and consumer awareness, the movement stimulates the creative solution of adversity in various local communities where it operates, as Brasilândia neighborhood the northern zone of São Paulo.
“We work with community leaders and ordinary people on issues such as water conservation and the creation of parks. We want to establish a participatory process, where one helps another within the community, “explains Monica Picavêa, enabling movement and part of the Transition Brasilândia.
According to Monica, group activities, initiated in 2010, now reach 60 000 inhabitants, or 27% of the district population. There are those who participate most actively in monthly meetings, and divide into working groups – economic solidarity, and water conservation, among others. The movement teaches simple low cost technologies such as capturing rainwater for reuse, construction of mini tanks and community gardens. “It is very interesting how people can create their own solutions,” she says.
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Retraining
According to the national network articulator of the movement, Isabela de Menezes, 43 countries receive the initiative. In Brazil, approximately 23 groups lead the debate to their communities.
She cites one of the elements that most appreciates in motion: reskilling. “We rescued the wisdom that no one else teaches today, how to sew, plant an edible garden, work with wood and even make a cake,” she says. “It is the wisdom of the elders, who lived in a world with little energy and even less technology,” says Isabela, for whom such knowledge should be included in the school curriculum.
Resilience
The Transition Granja Viana, which Isabela is part, created the EcoFeira, that take place twice a month at Teresa Maia Park in Cotia, where local organic products are sold. “Brought a resilience in the food issue,” she says. “Today, if you have no fruits and vegetables in the local market, we have a scheme to fill this gap.”
Among other activities, the group discusses the collaboration with the local director plan and created the Identity Project, which spreads signs telling the history of important and typical places of the region. “Many people change to Granja Viana and do not know anything there. That way, what kind of relationship you create with the place where you live? “Questions.
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Board Identities project, carried out in the Granja Viana. | Credit: Reproduction
Community ties
Monica and Isabela agree that one of the major gains of the movement is the strengthening of community ties. “In Brazil, we have a lot of strength in working together. The Transition Towns rescues the community action and realize a global demand, which is to lead a simpler life, spending less non-renewable energy, “assures Isabela.
For Monica, the movement goes far beyond propose solutions to the environmental crisis. “The whole issue of resilience of a community undergoes a need to do together, and decide to live together.”
Open Methodology
They also emphasize that the methodology of Transition Towns is open to anyone interested in playing it in your community. Visit the Transition Initiatives Primer to learn how.