Como uma favela brasileira está amenizando a fronteira entre a floresta e cidade
Vila Brasilândia, na periferia de São Paulo, encontrou maneiras não convencionais para combater a urbanização, as alterações climáticas e as escassez de recursos.
O primeiro tema do World Cities Day é ‘principais transformações urbanas’. Isto é particularmente adequado para os habitantes brasilieros na periferia da Vila Brasilândia, que tem mostrado a coragem e a criatividade em enfrentar a urbanização, os recursos escassos e as alterações climáticas.
Em alguns paiseis, inclusive na minha terra natal Brasil, urbanização tem sido acompanhado por um número crescente de pobres em favelas superpovoadas que oferecem algum tipo de serviços básicos. Entorno de 12 milhões de Brasileiros moram em favelas e uma das maiores é a Vila Brasilândia na maior cidade do Brasil, São Paulo.
A floresta invadiu a cidade
O crescimento na Vila Brasilândia, vem sendo alimentado por constante fluxo de migrantes rurais e costeiros, tem sido irresistivel a pressão sobre a infra-estrutura e sobre o meio ambiente local.
A população do local tem estado sobre pressão para encontrar formas de conciliar a habitação precária ao sustentável, utilizando os recuros naturais escassos.
Fronteira com um dos restantes cinturões verdes de São Paulo , foi invadindo a floresta urbana do Cantareira por décadas .
Em resposta, Brasilândia recentemente lançou uma campanha em toda a cidade chamado ‘A floresta invade a cidade’, concebido para redirecionar a tendência de ocupação humana predatória com o plantio de árvores nativas, instalação de telhados verdes, cultivo de plantas alimenticias não cinvencionadas, em praça pública abandonada.
O sentido da urgência tem sido agravada pela seca deste ano – o pior em 80 anos – que deixou reservatórios São Paulo quase seco e o sistema de água Cantareira operando a 3 % da sua capacidade .
No longo prazo , as mudanças climáticas podem agravar problema da seca de São Paulo. Quinitino Jose Viama, um ancião local que durante décadas teve a conservação poços e córregos na Brasilândia, acredita que o trabalho que eles fazem é uma base para a conservação, mas também o inicío de uma revolução urbana.
”Nos estamos pedindo para todas as mulheres , crianças e homens para manter as sementes das frutas que comemos, para apoiar a criação de milhares de mudas necessárias para essa ocupação da floresta ” , diz ele
O direito a uma boa vida
De certo modo a Brasilândia está desafiando a noção de que só depois de atingir um certo nível de prosperidade se pode desfrutar de uma qualidade de vida. Sua feira de saúde sustentável anual, com base no conceito Sul-Americana de Bem Viver (o direito a uma vida boa), atraindo cerca de 3000 pessoas em cada evento.
Bem Viver não é sobre o individual; é o reflexo dos direitos que desfrutamos como uma comunidade, vivendo e compartilhando a vida juntos. Desde 2009, oito hortas comunitárias foram criadas e mais de 160 agentes comunitários de saúde em torno da comunidade em uma base regular, Promovendo a produção local e dando demonstrações sobre como cozinhar refeições nutritivas e refeições inusitadas, utilizando uma grande variedade de vegetal, sementes, flores , grãos, ervas e frutas
Este é apenas um dos muitos projetos inovadores em todo o mundo como parte do movimento de transição
” Brasilândia estabeleceu um instituto para a aceleração de nossas empresas sociais “, fala Mônica Picavea da Transition Brasilândia, parte do movimento de transição cidades que visa ajudar os projetos comunitários construir cidades mais resilientes.
“Estamos tomando um caminho diferente dos conceitos tradicionais de crescimento e progresso. Em nossa estratégia, comunidade e meio ambiente impulsiona a economia, e não o contrário”.
O instituto começou desenvolvendo uma compreensão mais profunda da sua economia e mapeamento da empresa, trabalhando com dezenas de empresas artesanais liderados por membros da comunidade. Padeiros, sapateiros, eletricistas e costureiras – para criar meios de vida e ajudar a impulsionar o crescimento da economia local, de Brasilândia.
O processo de urbanização tem se multiplicado a capacidade das pessoas de Brasilândia para encontrar suas próprias soluções. Por libertar sua criatividade, eles estão a amenizar a distinção entre floresta urbana e cidade, autoridades e conservacionistas de água, sistema de saúde e hortas comunitárias, desenvolvimento local e empresa social. E para todos os seus problemas evidentes, eles estão vivendo a boa vida.
http://www.theguardian.com/sustainable-businessVila Brasilândia, a slum city on the edge of São Paulo, has found unconventional ways to tackle urbanisation, resource scarcity and climate change
The theme of the first World Cities Day is ‘leading urban transformations’. It is particularly apt for the inhabitants of the Brazilian slum city of Vila Brasilândia, who have shown resilience and ingenuity in the face of urbanisation, resource scarcity and climate change.
In many countries, including my native Brazil, urbanisation has been accompanied by growing numbers of urban poor converging in overcrowded slums that offer few basic services. Around 12 million Brazilians live in slums (favelas) and one of the largest is Vila Brasilândia on the edge of Brazil’s largest city, São Paulo.
The forest invades the city
The growth of Vila Brasilândia, fed by a constant influx of rural and coastal migrants, has been putting overwhelming pressure on the over-stretched infrastructure, and on the local environment.
The local population has been under pressure to find ways to reconcile deficient housing and the sustainable use of scarce natural resources. Bordering one of the remaining green belts of São Paulo, it has been encroaching into the urban forest of Cantareira for decades.
In response, Brasilândia recently launched a city-wide campaign called The Forest Invades the City, designed to redirect the trend of predatory human occupation by planting native trees, installing green roofs, and growing edible plants in abandoned public squares.
The sense of urgency has been heightened by this year’s drought – the worst in 80 years – which has left São Paulo reservoirs nearly dry and the Cantareira water system operating at 3% of its capacity.
In the long term, climate change could exacerbate São Paulo’s drought problem. Quinitino Jose Viama, a local elder who for decades has been conserving Brasilândia wells and streams, believes the work they do is a basis for conservation but also the prelude of an urban revolution.
“We are asking every woman, child and man to keep the seeds of the fruits we eat to support the creation of thousands of seedlings necessary for this forest occupation,” he says.
The right to a good life
Somehow Brasilândia is challenging the notion that only after achieving a certain level of prosperity can one enjoy a quality of life. Its annual sustainable health fair, based on the South American concept of Bem Viver (the right to a good life) has proven hugely popular, attracting around 3000 people at each event.
Bem Viver is not about the individual; it reflects the rights we enjoy as a community, living and sharing life together. Since 2009, eight community gardens have been created and over 160 community health agents tour around the community on a regular basis, promoting local produce and giving demonstrations on how to cook nutritious and unusual meals, using a wide range of vegetables, seeds, flowers, grains, weeds and fruit.
This is just one of many innovative projects taking root around the world as part of the transition movement.
“Brasilândia has established an institute for the acceleration of our social enterprises,” says Mônica Picavea from Transition Brasilândia, part of the transition towns movement which aims to help community projects build more resilient towns.
“We are taking a different route from the traditional concepts of growth and progress. In our strategy, community and environment drive the economy, not the other way round.”
The institute began by developing a deeper understanding of their economy and mapping the existing business, working with dozens of artisan businesses led by community members – bakers, shoemakers, electricians and seamstresses – to create livelihoods and help drive Brasilândia’s growing local economy.
The process of urbanisation has multiplied the capacity of the people of Brasilândia to find their own solutions. By unleashing their creativity, they are blurring the distinction between urban forest and city, water authorities and conservationists, health system and community gardens, local development and social enterprise. And for all their evident problems, they are living the good life.